Processo inflamatório e infeccioso no intestino das aves (Coccidiose)

Por
Drª Ana Roberta de A. Coutinho

O intestino é um órgão que vai viabilizar a saída dos excretas da alimentação, ou seja, o bolo fecal, as fezes, juntamente com uratos. Porém, o intestino possui a importante função de absorção dos nutrientes, vitaminas, minerais, metais, alguns aminoácidos e algumas substâncias químicas. É um fino e longo tubo, que fica acomodado na cavidade abdominal e seu interior é revestido por um epitélio (teúdo) de revestimento (preenchido por células absortivas intestinais, as quais tem função de absorver os nutrientes para o sangue) e também possui um muco que ajuda na eliminação das fezes, na proteção do órgão, no peristaltismo e no equilíbrio e contato com as substancias e a microbita (germes próprios do intestino).

O epitélio de revestimento tem seu formato definido, com as suas células sobrepostas de maneira simétrica e perfeita para o seu funcionamento.


Portanto existem patologias (doenças) causadas por germes  (bactérias, vermes, protozoários, fungos ou vírus) que podem alterar ou até mesmo parasitar as células intestinais destruindo-as e impedindo que haja absorção dos nutrientes. Um exemplo é a coccídia que entra dentro da célula, pois precisa se reproduzir dentro desta, para realizar o seu ciclo de vida no hospedeiro, ao adentrar uma célula o protozoário coccidia multiplica-se de 1000 a 10.000 protozoários infectando cada vez mais a ave. Este vai destruindo o teúdo intestinal, camada celular, por camada, impedindo a nutrição celular e a ave vai emagrecendo definhando, fica caquética (peito seco), se alimenta, come muito e não recupera o seu peso corpóreo, fica com o bico descamando, a penas ficam sem brilho e caem algumas, as fezes podem sair sanguinolentas e fétidas ou não, vai depender do quandro clínico, do tipo de coccidia e do grau de infecção. As bactérias e fungos oportunistas diante das lesões nos intestinos se impregnam e fazem colônias favorecendo outra infecção, a ave continua tendo muitas perdas e procura alimentos ou a própria areia oferecida na gaiola, devido as perdas, inclusive de cálcio, que leva a ave, a um grave enfraquecimento, que vai ficar no fundo da gaiola, não aguenta mais os poleiros, perde a vivacidade e o brilho do olhar e por não conseguir se alimentar, com a evolução da doença, acaba chegando ao óbito.

O ideal é procurar assistência médica veterinária de um profissional especializado e experiente, que possa realizar exames parasitológicos de fezes, e que faça a prescrição apropriada. Porém, o mais correto é conseguir avaliar na fase inicial e procurar imediatamente ajuda profissional para aumentar as chances de salvar a ave.

O profissional vai orientá-lo quando a medidas preventivas para evitar a contaminação do ambiente e a contaminação de outras aves. 


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Fonte: Revista Pássaros - ano 14 - nº 76

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