Sã e Salva


Os torneios exigem que os passarinheiros levem suas aves às mais variadas regiões do país e esses percursos, às vezes longos, geram cansaço e estresse a esses animais. Saiba como transportar a sua ave corretamente para poupá-la de maiores transtornos e ter uma viagem tranquila.

Nós passarinheiros estamos sempre deparando com a necessidade de transportar um pássaro para os mais diversos lugares. Por conta dessas viagens e das variações de distância, os pássaros, sempre que transportados, necessitam de um cuidado especial. Atenha-se a algumas dicas e regras e evite dissabores ou frustrações durante a viagem com um de seus melhores companheiros: seu pássaro.


Devemos nos apegar a duas preocupações básicas: a primeira é com a documentação exigida pelo IBAMA e a segunda diz a respeito à integridade física do pássaro.

No que se refere ao transporte de aves, as regras do IBAMA são bastante claras e exigem que quando uma ave estiver sendo transportada, o seu dono devera portar um documento de origem da ave (nota fiscal, ou relação de passeriformes impressa SISPASS), e ainda se o destino for outra unidade federativa (estado) ele deve estar munido de G.T.A – (Guia de Transporte de Animais) que é controlado pelo ministério da agricultura.

Os pássaros ainda devem ser transportados em gaiolas com água e comida à sua disposição. 

Nos casos de despachos aéreos, a documentação é a mesma citada acima, porém não é permitido o transporte em gaiolas, mas sim em caixas-transporte nos padrões orientados pelas companhias aéreas.

Portanto, quando você for transportar a sua ave é recomendado que tome alguns cuidados, pois assim, estará preservando a saúde e o bem-estar de seu animal e também isento de ser advertido pelo órgão que regulamenta a atividade dos passarinheiros.

Segue então algumas dicas:

  • Sempre que acomodar uma gaiola no automóvel que tenha ficado muito tempo exposto ao sol, recomenda-se que as portas sejam abertas, bem como a tampa do porta-malas para que o mormaço interno de dissipe; 
  • Ao bater as portas do carro, que tenha uma gaiola em seu interior, procure abrir os vidros antes, pois os tímpanos das aves são muito mais sensíveis que os nossos e a pressão do ar provocada pela batida da porta, pode incomodá-los ou até feri-los; 
  • Em dias quentes, nunca transporte gaiolas no porta-malas de carros com dois volumes (aqueles que o vidro traseiro abre junto com a tampa do porta-malas. Ex: gol, corsa, etc.), pois o sol em horário de pico bate diretamente na gaiola, e mesmo com o carro em movimento a ave corre o risco de morte; 
  • Nunca deixe o seu pássaro num carro fechado que esteja exposto ao sol. É de nosso conhecimento, casos em que a ave foi a óbito em instantes; 
  • Não carregue banheira cheia, pois isso só servira para molhar o acento de seu automóvel; 
  • Procure sempre calçar a gaiola ou prendê-la com o próprio cinto de segurança para evitar tombamento; 
  • Carregue sempre em seu automóvel um recipiente com reserva de comida usual a ave e outro com água, pois você ficar preço no trânsito atrasando o tempo de seu percurso, ou até mesmo provocar um tombamento acidental da gaiola; 
  • Utilize um suporte para transporte de gaiola, que é manufaturado em madeira e colocado sobre o acento traseiro do automóvel. O mesmo além de dar estabilidade para a gaiola, nivela sua posição e faz com que eventuais grãos de sementes ou rações que caiam fiquem ali depositados, colaborando com a higiene de se automóvel; 
  • Os bebedouros convencionais vão se esvaziando conforme a trepidação do veiculo. É interessante, portanto manter a água em recipientes suspensos de louça ou vidro; 
  • Tome muito cuidado com o ar condicionado. O que nós achamos ser benéfico pra a ave pode se tornar um grande problema, pois de um modo geral elas não se dão bem com esse recurso tecnológico. Existem inúmeros casos de aves que ficaram roucas ou contraíram pneumonia após serem submetidas à fria temperatura proporcionada pelo ar condicionado; 
  • Quanto ao uso da capa não há uma regra bem definida, pois algumas aves se dão muito bem viajando sem a capa enquanto outras não. Portanto, verifique o comportamento da mesma para constatar a necessidade ou não. 

Já nos transportes noturnos, os focos de luz dos outros automóveis que cruzamos, muitas vezes assustam a ave, portanto é interessante que a gaiola esteja coberta com um pano preto ou muito escuro. Isso a protegerá dessas luzes incômodas. Caso o pássaro perca o poleiro devido a uma freada brusca ou por um buraco na pista, é interessante levantar esse pano de proteção e acender a luz interna do veículo até que a mesma se acomode novamente;

  • É interessante oferecer à ave, antes e após viagens longas, repositores eletrolíticos (soro) para que a mesma não sofra qualquer tipo de desidratação; 
  • Evite fornecer ovo cozido, larva de tenébrio e insetos, pois esses alimentos são fontes de proteínas e gorduras, portanto alimentos de difícil digestão; 
  • Evite freadas ou arrancas bruscas e força o carro nas curvas. Além de ser um desrespeito às regras de trânsito, isso incomoda os outros ocupantes do veículo; 
  • Ao chegar ao seu local de destino, nunca dê um banho imediato em sua ave, principalmente se o dia estiver quente. A temperatura interna do carro sempre será maior do que a externa, então espere pelo menos um hora após a chegada para essa prática; 
  • Não esqueça de pegar o CD ou fita que a sua ave esta acostumada a ouvir e faça-a ouvir durante a viagem para aliviar o estress; 
  • Nas paradas pra o almoço evite deixar a ave no carro, pois normalmente esse é um horário em que o sol está bastante forte, o que representa perigo pra a ave. Procure sempre sombra para estacionar e deixe uma fresta aberta nos vidros com cerca de 2 cm. O ideal é tira-la do carro e pendurar à sombra; 
  • Faça paradas de 15 a 20 minutos de 3 em 3 horas. Desencape a gaiola para que o pássaro coma e beba. Seu metabolismo é muito rápido, por isso ele precisa alimentar-se e hidratar-se em curtos espaços de tempo; 
  • Busque sempre informações relacionadas a este assunto para se manter sempre atualizado. 

Fonte: Revista Passarinheiros&Cia Edição nº 40

Nenhum comentário :

Postar um comentário