Sábado, 14 de maio de 2011
Discurso proferido pelo Deputado Alceu Moreira – PMDB/RS, no dia 11.05.11 no plenário da Câmara Federal por ocasião da discussão do novo Código Florestal.
Senhor Presidente, Sras. e Srs. Deputados ouço perplexo os pronunciamentos. Às vezes, penso que o lugar onde moro e os agricultores que conheço são figuras abstratas. Eles não moram mais à beira de córrego. Lá não é uma Área de Proteção Ambiental. São cidadãos que não existem.
Discurso proferido pelo Deputado Alceu Moreira – PMDB/RS, no dia 11.05.11 no plenário da Câmara Federal por ocasião da discussão do novo Código Florestal.
Senhor Presidente, Sras. e Srs. Deputados ouço perplexo os pronunciamentos. Às vezes, penso que o lugar onde moro e os agricultores que conheço são figuras abstratas. Eles não moram mais à beira de córrego. Lá não é uma Área de Proteção Ambiental. São cidadãos que não existem.
Nos últimos 10 anos, amigo Deputado Darcísio Perondi, criaram-se algumas figuras estranhas em nosso meio. Há os ambientalistas, que merecem todo o respeito. Eles produzem uma importantíssima discussão no contraponto, estabelecem o respeito à questão ambiental. Há os produtores e, agora, nasce a figura do ambientalóide. Cidadão produzido em apartamento com carpete aveludado, de mão fina, bem penteado, que usa sapatos bonitos, alguém em que se julga superior aos outros.
O ambientalóide respeita o interesse nacional e, fardado de verde, vende o País em lasquinhas para o Greenpeace e o WWF. Ele vai vendendo o Brasil por meio do discurso verde. Assim é o ambientalóide: mesquinho, nocivo, absolutamente cínico. Seu único desejo é usar os meios de comunicação para proteger rebanhos eleitorais. Nunca viu um pé de milho, nunca soube o que é um pé de mandioca. Alguns são de famílias tradicionais abastadas da política brasileira que agora, como se pequenos fossem, defendem os pobres. São fazendeiros de longa data, fardados de verde.
Parecem tiriva, tudo verdinho. Não tem nada a ver com ambientalistas, absolutamente nada. Muitos agricultores que eu conheço, no dia em que precisaram de médico ou de ambulância para levar ao hospital o filho que estava morrendo não puderam sair porque o Estado não lhes apresentou socorro da saúde, não chegou com automóvel, nem com ambulância. Inadvertidamente, eles pensaram: Agora chegou um carro novo zero quilômetro. Não era saúde não! Era do IBAMA.
Existem lugares em que as crianças correm de medo de helicóptero – nunca viram um, porque nenhum chegou lá. Agora chega um helicóptero dos órgãos ambientais para levar um par de algemas aos pescadores. Os órgãos ambientais chegam de helicóptero aonde nunca chegou um antes para salvar a vida de um filho. O Estado, que deveria fazer chegar escola, justiça, estradas e infra-estrutura para garantir dignidade e cidadania, chega num ato vergonhosamente policialesco para prender pessoas cujo crime é ter as mãos calejadas por atravessar uma agulha de costura a saco de palma da mão e olhar envergonhadas para seus filhos. Porque algemas? Que crimes fizemos? Só produzimos. Aí o ambientalóide vem dizer ao microfone que essas pessoas não existem e que as Áreas de Proteção Ambiental não têm problemas.
O pior é que chegam somente agora, depois do debate, e dizem que vão resolver a questão por decreto. Se for para resolver por decreto, para que esta papagaiada toda? Se for para o Governo decidir além de nós, se o produtor rural não vai ter segurança jurídica, se vai ser por decreto, ao sabor e ao humor de que governa, para que lei?
Se é para ser por decreto, não é preciso isso. Manifesto meu protesto e minha profunda discordância com esse processo. Gostaria que o meu PMDB, pela sua história, votasse com coluna reta, olhando para o povo, para sua história e para os produtores, sem criminalizá-los. Peço que vote pela dignidade do País, e não pela defesa de ambientalóides financiados por capital internacional (Palmas nas galerias).
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