Poleiros Adequados para Psitacídeos: Acessório de luxo ou necessidade!?

Por
Dr. Felipe Victório de Castro Bath 

Prezados leitores e amigos! É com prazer que escrevo para vocês e para quem é fã dos psitacídeos o artigo é para vocês. Já falei de calosidade em aves de torneio em edições anteriores então hoje falaremos sobre Poleiros e afins em Psitacídeos. Aproveito a oportunidade para mandar um forte abraço aos Amigos do Curió e para o Grupo Curió Praia Clássico onde sou integrante da parte Veterinária e que sempre colaboram em vossa Revista com artigos e releasing de eventos.

Hoje estou em um ritmo light depois das revelações das edições passadas. Por isso o foco hoje é diferente, mas nem por isso menos polêmico. Mas para não perder o hábito e como sempre de uma forma irreverente e técnica desejo uma boa leitura hoje.

Diferente dos passeriformes, os psitacídeos de médio e grande porte principalmente (calopsitas, papagaios, araras, etc.) quando em cativeiro raramente voam e sim caminham e escalam com a ajuda do bico. Sendo assim, temos que observar com cuidado os tipos de poleiros que utilizamos em suas gaiolas bem como seu posicionamento para que as fezes não caiam sobrea água ou a comida, nem tão pouco sobre o poleiro inferior.

Uma higiene adequada aliada a uma boa distribuição dos poleiros evitará distúrbios simples como as pododermatites e as calosidades. Estas aves tem em sua maioria uma expectativa de vida bem grande. Portanto, além da alimentação balanceada, cuidados de um veterinário especializado em aves, devemosnos preocupar muito com os poleiros. Isto mesmo, os poleiros!

Mas você vai me falar que seu papagaio adora o único poleiro dele na gaiola..aquele todo sujo e lisinho que chega a brilhar... claro que não! Se ele aprendesse a falar a primeira coisa seria para colocar uma empuleiração adequada, pois papagaio não usa tênis com amortecedor.

Como estas aves vivem muitos anos, elas também têm a possibilidade dedesenvolver artrose ou outros problemas metabólicos que afetam a articulação como a gota úrica que não é bem o nosso caso hoje. Oque fazer então Dr. Felipe?

Bem, o ideal é que utilizemos poleiros de madeira com espessuras diferentes. Poleiros que a ave não escorregue com facilidade. Galhos de arvores, como goiabeiras por exemplo que são bem resistentes aos bicos afiados, são uma grande escolha. Porém, deve-seter muito cuidado ao coletar estas madeiras na natureza, já que elassão utilizadas por outros pássaros que vivem soltos (pombos, rolinhas, etc) que podem trazer doenças para sua ave. Aí volto a dizer, procureum veterinário especializado em aves e animais silvestres para que elelhe ensine o melhor desinfetante e a melhor maneira de prepará-loantes de colocar na gaiola ou viveiro. Nunca colete galhos e coloquena gaiola diretamente antes de prepará-los, ok?

Poleiros de plástico que eram muito comumente utilizados, parapsitacídeos não são muito indicados, que por terem seus bicos muito fortes, os destroem com grande facilidade e estes pedaços que são arrancados dos poleiros podem ser ingeridos ou acabar machucando a pata da ave. O mais indicado mesmo são os poleiros de madeira, bem higienizados/desinfetados elimpos periodicamente.

Nessa altura do artigo você já está tenso e falando dos potinhos de comida que são de plástico ne!? Então também aí vai outra dica, utilize potes de cerâmica(ramequins) ou de aço inox que são atóxicos e muito fáceis de seremhigienizados, ok?

O que falar então das correntinhas utilizadas nessas aves!? Infelizmente é uma questão cultural que vem dos nossos avos.. mas com o tempo vamos mudar essa realidade. Se não quer que sua ave voe realize corte de penas das asas com a supervisão de seu veterinário regularmente; assim estará limitando o voo da mesma e duvido que com um corte bem feito e no tempo certo sua ave voe.

Acidentes com esse tipo de material são comuns levando muitas vezes a perda de dedos ou o membro por necrose ou posterior amputação. Existem produtos super seguros como as peitorais da nossa amiga Silvania do Atelier dos Pássaros que tem por objetivo maior proporcionar um lazer e interatividade com o proprietário sem causar danos ao animal se usado corretamente e no tempo adequado.

Existem também poleiros terapêuticos que venho desenvolvendo em conjunto com o Paulo Porto da BondByco, colaborador da Revista, que já são feitos para prevenirartroses além de serem muito úteis para aves que tenham alguma deformidade nas patas (acidentais ou congênitas), como falta de dedo; entortamento de dedos, etc.

Despeço-me por aqui. Desejo a todos um ótimo final de ano e encontro vocês em breve.



Teve alguma dúvida?! Então deixe um comentário!



Dr. Felipe Victório de Castro Bath
Médico Veterinário CRMV-RJ 8772
Especialista em Biologia, Manejo e Medicina da Conservação dos Animais Selvagens SENAC/RioZOO
Mestre em Microbiologia Veterinária pela UFRRJ
Tel.: (21)81014122/ (21)78795270
ID.:10*96860 / (21)22786652
felipebath@hotmail.com / www.niaas.com.br
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