Por
João Rafael Oliveira
Biológo
Gregor Johann Mendel foi um monge agostiniano, botânico e meteorologista austríaco. Popularmente conhecido como pai da genética, Mendel ficou famoso pelas suas experiências, principalmente com ervilhas, e não era por acaso, pois esta planta apresenta algumas características que facilitou a pesquisa como, facilidade de manejo, ciclo produtivo rápido e grande produção de sementes.
Em seu primeiro experimento com esta planta, Mendel através da autopolinização produziu diversas linhagens puras de ervilha para as características que ele pretendia estudar. Após este processo, executou através de fecundação cruzada à parte masculina de uma planta de semente amarelas com a feminina de uma outra verde (geração parental ou P) e observou que quando estas produziram os descendentes (F1) saíram apenas de cor amarela. Auto fecundando estes exemplares, a próxima geração (F2) apresentou-se na proporção de 3 sementes amarelas para 1 verde (3:1). Através destes resultados Mendel considerou que as sementes amarelas eram dominantes sobre as verdes chamando a segunda de recessiva, e continuou analisando estes mesmo princípios em outras características dessa planta.
Com estes experimentos, Mendel deduziu que:
- As características hereditárias são determinas por fatores herdados dos pais e das mães.
- Tais fatores se separam na formação de gametas.
- Indivíduos de linhagens puras possuem todos os seus gametas iguais.
Assim, a Primeira Lei de Mendel pode ser enunciada desta forma:
"Cada caráter é determinado por um par de fatores genéticos denominados alelos. Estes, na formação dos gametas, são separados e, desta forma, pai e mãe transmitem apenas um para seu descendente".
Muitas outras pesquisas foram realizadas por Mendel, que serviu de base para tantas outras, e os conceitos criados por ele nos século XIX são utilizadas até hoje dentro da genética.
Após este breve resumo, podemos considerar algumas questões importantes sobre este grande pesquisador. Mendel anotava todos os resultados obtidos para que nos próximos experimentos tivesse uma conclusão facilitada, seguida por uma linha de raciocínio. Também nos canaricultores e apaixonados por exeperiências em cruzamentos, devemos adotar os mesmos princípios em nossos criatórios, e tentarmos ser curiosos em nossos resultados, sabe o motivo pelo qual se chega a uma determinada prole e suas diversas características.
Inicialmente todos nós possuímos um registro genealógico de nossos pássaros, e este é de grande valia para saber quais progenitores produziram os melhores filhotes. No entanto muitas vezes não temos o cuidado de analisar as características morfológicas transmitidas pelo pai e aquelas transmitidas pela mãe como: tamanho do bico, forma dos olhos, tamanho da cabeça, enfim uma série de fatores que constitui um canário padrão.
Hoje a maioria dos criadores adota o cruzamento de compensação, em que um defeito é compensado por uma qualidade. Porém como saber se este defeito não é de caráter dominante, o que resultaria filhotes de qualidade inferior, ou com características indesejáveis. Seguindo nesta mesma linha de raciocínio poderíamos concluir que um caráter recessivo precisaria que os dois indivíduos o possua (pelo menos porte), para se manifestar.
De maneira geral as experiências são de extrema importância para se chegar até um determinado objetivo, e a genética é uma ferramenta que auxilia-nos nesta caminhada. O importante é sempre respeitar a vida destes animais, que além de nós proporcionar momentos de alegria, também funcionam como uma "válvula de estresse" em nosso dia-a-dia.
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Fonte: Revista UGCC - União Gaucha dos Criadores de Canários - Ano 57 - Jun 2014.
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Fonte: Revista UGCC - União Gaucha dos Criadores de Canários - Ano 57 - Jun 2014.
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