Desinfecção não é tudo, mas é fundamental

Por
Kenio de Gouvêa Cabral
Médico Veterinário

A ocorrência de aves doentes no criatório nunca é esperada. Quando vemos uma ou mais aves doentes nos perguntamos: O que acontece? Onde foi que eu errei? Sempre acreditamos que tudo foi feito para manter a saúde delas.

A definição de saúde, segundo o Dicionário Aurélio, é o estado do indivíduo cujas funções orgânicas, físicas e mentais se acham em situação normal; estado do que é sadio ou são; força robustez, vigor.


Sendo assim, o estado salutar é um equilíbrio que depende de vários fatores e está diretamente relacionado ao manejo que as aves recebem. Por outro lado, são tantas as

variáveis envolvidas no manejo que controla-las 100% é muito difícil, principalmente em criatórios onde há, normalmente, um grande adensamento de aves. 

Por isso, é imprescindível que o criador faça bem a sua parte, como por exemplo:

  • A dieta das aves além de ser adequada para cada espécie, deve ser de procedência cofiável;
  • Os grãos em geral podem estar contaminados com micotoxinas. Um procedimento simples, como o uso de adsorventes de micotoxinas, pode ser a diferença para evitar grandes prejuízos;
  • O trato com a ave, a densidade, o manejo reprodutivo são situações que podem trazer estresse e disseminar doenças quando realizadas inadequadamente;
  • A observação de paredes mofadas é indício de ambientes com umidade alta, pouco arejados e com pouca incidência solar.

No pacote “manejo” convém destacar a limpeza, a higienização e a desinfecção de ambientes e superfícies do criatório. São várias as bactérias, os fungos, os parasitas e os vírus causadores de enfermidades, que dependem de um ambiente propício para se disseminar entre as aves. Dificultar a permanência e consequentemente a disseminação deles no criatório é realizado com procedimentos relativamente simples:

  • Manter o ambiente arejado e permitir a incidência solar;
  • Manter superfícies em geral livres de sujidades aparentes. É nelas que os microrganismos se perpetuam no ambiente;
  • Higienizar superfícies, como pisos e objetos em geral que entrem em contato com as aves direta ou indiretamente. Higienizar implica usar água, depois um detergente e enxague;
  • Aplicar desinfetantes nas superfícies higienizadas. Periodicamente retirar as aves do local e pulverizar o desinfetante no ambiente. Atentar para a dose correta do produto, pois subdoses além de terem “subefeito” podem gerar resistência nos microrganismos.

Por tudo isso, apesar da saúde da ave depender de uma série de obrigações a serem cumpridas pelo criador no pacote “manejo”, a desinfecção assume caráter imprescindível para o status salutar das aves no criatório.

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Fonte: Ano MMXIV – nº. 100 - julho de 2015 - Pág. 37

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