Por
Matheus Torres Marinheiro
É possível fazer um campeão somente com o uso de hormônios esteroides? Antes de qualquer coisa, devemos entender o que é o doping. Doping é o uso de drogas ou de métodos específicos que visam aumentar o desempenho de um atleta durante uma competição, método esse proibido em todos os esportes, punido muitas vezes com desclassificação e afastamento das competições.
Portanto, se para aumentar força física e desempenho é necessário o uso de alguma substância (hormônios). Mas quais as consequências sobre o organismo quando se faz uso de hormônios exógenos (aquele que não é produzido pelo corpo e sim administrado)?
Com certeza, as qualidades acima serão acentuadas, mas para isso o organismo corre muitos riscos, o uso indiscriminado de hormônios quando não prescritos por um médico veterinário, pode até ser falta para as aves.
Os principais problemas do uso inconsequente de hormônios são os tumores hepáticos, infertilidade por atrofia testicular, lesões renais e, consequentemente, o óbito. Nos amimais cuja taxa de hormônios é baixa, por motivos fisiológicos principalmente a idade, por muitas vezes o uso de hormônio para corrigir as deficiências hormonais é feita, mas sempre sob orientação, doses e períodos corretos. Nas nossas aves canoras queremos sempre mais e normalmente esquecemos do fator principal que é o fator genético, e o fator indivíduo, não se transforma um animal sem aptidão genética em um campeão; fazendo uma comparação não se poderia nunca mas nem com toda suplementação hormonal existente chegar ao nível de um corredor de 100 metros como Usain Bolt.
É certo que um campeão nasce como campeão e que o uso de substâncias exógenas pode, em primeiro momento, nos indivíduos sem aptidão, aumentar suas respostas físicas o que inclui o canto, mas em um espaço de tempo muito curto sofrerão consequências irreversíveis não conseguindo manter por muito tempo o desempenho esperado.
Mas e o doping? É importante lembrar que é possível detectar o uso de hormônios nos animais inclusive nas aves de canto, isso ainda não é feito em escala de teste pré ou pós torneio, mas os exames em laboratórios específicos estão preparados em com técnicas perfeitas para o diagnóstico do doping. E vale ressaltar que para isso basta uma amostra de fezes, o que torna o exame seguro e sem estresse ao animal.
Portanto, em vez de nos preocuparmos com suplementações hormonais para nossos alados, devemos cada vez mais investir em qualidade genética e como temos dito em outras matérias, qualidade nutricional.
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Fonte: Revista Passarinheiros&Cia - Nº 80 Ano XIV – Págs. 42 e 43.
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