Sarna

Por 
Drª Stella Maris Benez

A sarna das aves é o Knemidokoptes jamaicensis em canários e aves silvestres, e o Knemidokoptes pilae nos periquitos. Nos canários e curiós costuma aparecer nas patas, causando a formação de crostas, pseudodedos, escamas que soltam muito tecido. Nos periquitos a sarna apresenta na comissura bucal, na carúncula, no bico, na pele da cabeça, provocando escoriações, hiperplasia da pele e crescimento anormal do bico, dificultando até mesmo a apreensão dos alimentos.

No início do processo é dificil observamos as lesões, mas no decorrer da evolução da doença, vão surgindo as escamas e crostas. Ao raspado de pele é muito fácil observar os ácaros.

No ciclo evolutivo deste ácaro ocorre penetração da epiderme através do folículo da pena, com a formação de galeria. A pele desta região reage proliferando suas células, que descamam pela grande quantidade de queratina que possuem na superficie. As fêmeas alojadas neste local botam ovos, que evoluem para larva, ninfa e adulto. A transmissão ocorre ainda no ninho, embora se manifeste apenas nos adultos desequilibrados e susceptíveis.

O tratamento pode ser local a base de enxofre ou pomadas de glicerina, 7 a 10 dias. Aplicações de Ivermectina costumam ser mais eficazes, desde que se repita após 15 dias, e 30 dias se necessário. O tratamento homeopático pode evoluir bem e ter menores efeitos posteriores.

Os poleiros devem ser trocados ou flambados em fogo todos os dias do tratamento. O tratamento mais eficaz são feitos com a ave em gaiolas de metal, pois são mais fáceis de desinfetar. Gaiolas de madeira deve ser descatadas  e queimadas.

Esta patologia é contagiosa, mas de evolução lenta, por isso recomendamos o acompanhamento homeopático. Casos mais graves poderá causar infecções secundárias, edema, aumento de volume da pata e necrose porque as anilhas podem formar um estrangulamento da circulação.


RECOMENDAÇÕES GERAL DE TRATAMENTO

O tratamento é a base de piretróides. Costumo sempre recomendar que uma vez por semana as aves tenham água de banho com vinagre na dose de 10 gotas por litro de água, e durante o tratamento sejam banhadas com vinagre durante uma semana. Quando usamos piretróides, hidrossolúveis, devemos suspender o banho por dois dias após a aplicação do inseticida. Acompanhamento do plantel com homeopatia tende a reduzir a susceptibilidade aos parasitas, com relação a mortes e estresse. Quando ao uso da Ivermectina, as doses que os criadores usam escoriando a pele tem maior risco de intoxicação, pois não regulamos a dose. O correto é usar agulhas de insulina para injeção diluída, ou oral. A chama de fogo conseguida com a vassoura de foto pode ser muito eficaz na desinfecção de gaiolas de metal e instalções resistentes ao fogo.

Na dúvida, procure sempre o auxílio de um Médico Veterinário.

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Fonte: Revista Pássaros - ano 15 - nº 81

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